domingo, 3 de junho de 2007
Alterando somente questões administrativas, o decreto declaratório baixado por José Serra no dia 31 de maio de 2007 tende a enfraquecer o movimento de questionamento aos decretos anteriormente publicados que comprometiam toda a estrutura do Ensino Superior Paulista. Mas ainda há pontos cruciais existentes em decretos não alterados (ou não explicados, como preferiria o governador) que apontam para uma acelerada privatização das Universidades Estaduais paulistas.
Aparentemente a autonomia das Universidades Públicas paulistas deixou de ser tocada a partir do 1º Decreto Declaratório do governador do Estado de SP. No entanto a proposição de políticas para o Ensino Superior ainda continua sendo prerrogativa da recém criada Secretaria de Ensino Superior, como mostra o inciso I do 2º artigo do Decreto Nº 51.461, o qual diz que cabe a tal secretaria “a proposição de políticas e diretrizes para o ensino superior, em todos os seus níveis”. E o pior, coloca o mercado como um dos reguladores da demanda de ensino, pesquisa e extensão, como mostra o inciso II do artigo 21 do Decreto 51.461, o qual diz que também é função da mesma secretaria “sugerir políticas e executar programas, projetos e ações relativos à formação de profissionais qualificados em todos os níveis de ensino superior, de modo a atender as necessidades da população e as demandas do mercado”.
Outro fato a se considerar, esse a partir do Decreto 51.460, é a continuação da FAPESP e das FATEC’s na Secretaria de Desenvolvimento. Essa Secretaria tem por objetivo regular a economia do Estado, entre outras coisas, através do estímulo à pesquisa que fomente a criação de novas e competitivas tecnologias. Qual então será o principal papel da FAPESP? Fomentar pesquisas de base ou não operacionais? É evidente que não.
Dessa forma a onda de privatização das Universidades Públicas Paulistas passará agora a ter respaldo jurídico e certamente, como já indica a tendência atual, deflagrará a criação de uma série de convênios úteis somente à lógica do mercado, do lucro e do Estado que quer financiar a iniciativa privada. A Universidade Pública passará a ser mais ainda o laboratório de empresas privadas; e quais serão os produtos aqui desenvolvidos? A quem serão direcionados? As experiências presentes na Unicamp têm mostrado que é para um público economicamente favorecido. Isso é justo?
Se o movimento de Greve que se instaurou nessa Faculdade deveu-se também à perda de autonomia sobre as políticas que direcionam o Ensino Superior paulista, é necessário refletirmos se já é hora de abaixarmos nossas bandeiras. De nada adianta termos verba se não pudermos decidir como gasta-la.
Video muito bom sobre o Ato em SP
sábado, 2 de junho de 2007
Alunos da FEF marcam presença no ato em SP
Os alunos da FEF compareceram ao ato em SP nessa ultima quinta-feira em nº relativamente grande. Lotando um onibus e se mostrando muito organizada (com comissão de lanche e tudo mais) se fez presente no ato inclusive indo onde poucos ousaram a ir.
Agindo do jeito "FEF de ser" os alunos realizaram pequenas apresentações de malabaris, acrobacias e até cantando o Funk da Paralização (escrito pelo IA) conseguiram animar um pouco o que se mostrou um clima tenso entre manifestantes e policiais.
Alguns policiais declararam que o que foi passado para o comando foi que os manifestantes pretendiam invadir o Palacio dos Bandeirantes e ocupa-lo.
Jornalistas de meios de divulgação menos famosos reclamaram de serem barrados no cordão de isolamento por onde apenas grandes midias (redes de TVs e grandes jornais) puderam passar para acompanhar os acontecimentos mais próximos a sede do govberno estadual
Vale lembrar também que a grande maioria dos policiais estava sem identificação o que tornaria quase impossível uma denuncia se necessário
Veja mais fotos aqui
e aqui
sexta-feira, 1 de junho de 2007
INFORMATIVO DA GREVE NA FEF # 7 :: 01/06 SEXTA-FEIRA
A principal movimentação contra os decretos nesta quinta-feira ocorreu no Ato em São Paulo, quando cerca de 10 mil pessoas (entre estudantes, professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas) saíram em passeata da reitoria da USP com destino ao Palácio dos Bandeirantes. No caminho várias centenas de policiais da tropa de choque impediram o prosseguimento da passeata, o que gerou o fechamento de parte do trânsito da cidade de São Paulo. No fim do dia, além de alguns focos de agressão contra os estudantes a manifestação acarretou lentidão no trânsito em 160 km. Uma comissão com representantes das entidades presentes no Ato foi convocada para negociação no Palácio, porém a passeata não pôde continuar. Cinco horas depois os manifestantes seguiram para uma plenária na USP. Nesta manifestação estiveram presentes cerca de 90 estudantes e 15 funcionários da FEF “ED. FÍSICA UNICAMP EM GREVE – Contra os decretos do Serra” A faixa conduzida na passeata mostrou ao país todo a posição de nosso instituto.
GOVERNADOR EMITE NOVO DECRETO
O Governador José Serra emitiu ontem, 31/05, um decreto declaratório no qual afirma que os decretos anteriores, em alguns pontos, não se relacionam às universidades paulistas.
As questões alteradas são de cunho financeiro e administrativo das universidades, tratando das contratações e das licitações. Com relação ao decreto 51.461 de primeiro de janeiro de 2007, que trata da criação da Secretaria de Ensino Superior e de suas atribuições, foi retirada apenas a necessidade da autorização do governador para as questões financeiras da universidade, mas as diretrizes para o ensino continuam como função da Secretaria.
A PÓS-GRADUAÇÃO E A GREVE
Em reunião ocorrida nesta quarta-feira, os estudantes da pós-graduação da FEF apontaram três posicionamentos com relação a greve:
1- Apóiam o movimento, principalmente por parte dos estudantes
2- Endossam a ação do Comitê de Ética do comando de greve da FEF
3- São contra qualquer tipo de perda de autonomia das universidades.
Ø Instituto de Economia, Instituto de Biologia e Enfermagem aderiram à greve esta semana.
Ø GGU realizou manifestação na METROCAMP na última quarta-feira, após apresentação.
Ø Próxima assembléia dos estudantes da FEF na segunda-feira às 19:00 h.
Ø Café da manhã no IFCH segunda-feira às 9:00 horas.
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